quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Educação Física estagnada, retrocedemos nos últimos nove anos

Nossa profissão está seguindo o modelo do esporte no Brasil, onde os dirigentes de Confederações e Federações Estaduais e Municipais se perpetuam por 20 e até 30 anos no poder.

Na eleição do CONFEF não foi diferente. O mesmo grupo, repito, o mesmo grupo, para ficar bem claro, quem está à frente do Conselho Federal, são os mesmos desde 1998, é sério! parece piada, mas é verdade. Todos com mesmo cargo e função, nem alternância de função eles fazem, a mesma panela, a mesma igrejinha... Absurdo! Sim, e o mais grave é que os Conselhos Regionais, com raríssimas exceções, seguem o mesmo modelo, numa contra mão do pensamento de hoje, quando até o Ministério do Esporte recomenda a alternância do poder...

Ora, ficar 15, 20 anos no poder não é admissível. Impede o crescimento da profissão, e prejudica não só o progresso e desenvolvimento da Educação Física, como também o dinamismo, ousadia e novas ideias. A alternância do poder é um dos pilares da democracia e é benéfica em qualquer nível de gestão. Até nas instituições privadas quando um dirigente fica muito tempo no poder, (no nosso  caso é um grupo,) essas pessoas passam a acreditar que são donas da entidade e num órgão público não seria tão difícil de acontecer.

Temos exceções??? Claro que sempre teremos, mas exceções são exceções, e no desporto temos uma ou duas com destaque para o Voleibol, mas e os demais esportes???? Exemplos como o Judô, que depois de 20 anos mudou e cresceu quase que verticalmente com a nova gestão....e o Basquete, que ainda não conseguiu se livrar de anos de autoritarismo, o Atletismo tem o mesmo presidente há 25 anos, continua estagnado, apesar do potencial do Brasil para esse esporte ....Fica claro que para cada exceção podemos citar dezenas de malefícios que a vitaliciedade de dirigentes trazem para o desenvolvimento de qualquer entidade, esporte ou profissão.



Nos seis primeiros anos a Educação Física teve um crescimento na sua organização, natural profissão nova, categoria entusiasmada, mas está, desde de 2004, estagnada, parada, arrisco até a dizer que retrocedemos enquanto as demais profissões evoluíram, cresceram, se desenvolveram. Os dirigentes desde 2004 se encastelaram, e legislam única e exclusivamente para manterem seu status quo....até quando?


Nota do autor- escrevo essa coluna antes de ter conhecimento das eleições para Presidentes dos Conselhos Regionais, esperamos que pelo menos nas bases a alternância do poder seja implementada.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Por que eles querem tanto esses cargos?

Tenho recebido diversas mensagens perguntando por que não me candidato à presidência do CONFEF. Minha resposta é sempre a mesma tenho outros compromissos na minha região, e não teria tempo suficiente para atender a demanda do CONFEF. Além disso, penso que devemos renovar as lideranças, sei das dificuldades de se fazer uma chapa para concorrer no sistema, além da perseguição que os dirigentes fazem com quem se atreve a questionar.

Vide Rio de Janeiro, que tem ousado em pedir democracia na Educação Física. Acreditamos que essa perpetuação seja algo medieval, tornando os atuais Conselheiros do CONFEF, donos da Educação Física, quando na verdade deveriam ser apenas prestadores de serviços. Mas tem mais culpados...Quem poderia combater isso diretamente? Os Presidentes de CREFs! Sim os presidentes dos Conselhos Regionais. Porém, esses também querem se perpetuar no poder da sua região e aí vira um ciclo vicioso.

Algumas demonstrações de inconformismo foram dadas esse ano contra os dirigentes eternos. No Mato Grosso, onde as eleições foram vencidas pela máquina do poder por apenas 3 votos; No Ceará/ Maranhão onde também o sistema do CONFEF teve que entrar e garantir o voto no interior  para a chapa 1 permanecer e no Rio Grande do Sul  e Rio de Janeiro/Espirito Santo onde venceram as chapas contrárias à perpetuação do poder...

É claro que são avanços, mas ainda é muito pouco. Ainda se faz necessário que os poderes públicos, principalmente o Ministério Público Federal entre em ação, e fiscalize essas instituições que tem dirigentes eternos....Não ha mais como esperar....temos que dar um basta aos coronéis do esporte, da Educação Física. Por que as autoridades são subservientes à vontade dessa cartolagem?


A pergunta  que todos fazem:  Se são voluntários, se não tem dinheiro rolando, porque eles querem tanto esses cargos?????

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Greve por piso salarial de 80 reais

Não, infelizmente não é nossa luta, infelizmente não temos liderança para sequer pedir salário digno......nossa realidade ainda é de subserviência, sub emprego e acomodação. Essa luta é dos médicos, em todo Brasil, liderados por quem????? Pelo Conselho Federal de Medicina, com apoio e envolvimento direto de todos Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações Médicas....

E nós!, e nós? Organizamos congressos, cursos, palestras, produzimos revistas que massageiam egos dos conselheiros, cartazes, folders e folhetos sem nenhum planejamento a longo prazo ou objetivo a curto prazo...Nossas instituições, e isso inclui todas, inclusive Instituições de Ensino Superior, não estão interessadas em tirar a grande massa de profissionais de Educação Física da condição de sub emprego e até zerar o desemprego na profissão.

Enquanto o piso de hora aula fica nos ridículos 4 reais no Rio de Janeiro (piso do Sindeclube, Acad) até 7 reais em São Paulo, nossos Conselheiros do Sistema CONFEF/CREFs, continuam omissos, longe dessas discussões, se reúnem para filosofar, buscar estratégias para o aumento da arrecadação das anuidades e inovam nas maneiras de cobrar os inadimplentes, sem nada a oferecer em troca.



Repito, nunca vi nenhum plano de longo prazo em toda Educação Física, e quando falo em plano, estou pedindo projetos estruturados para desenvolvimento, crescimento, emprego das anuidades recebidas - que contabilizam mais de 60 milhões por ano - em benefício da categoria.
Eu acredito que lutar por benefício é lutar por dignidade, por salário, por valorização profissional, como estão fazendo os Conselhos Regionais e Federal de Medicina.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Luz no fim do túnel: Educação Física como profissão




As eleições para os CREFs no país apresentaram um quadro de esperança para o futuro da Educação Física. O tempo em que meia dúzia mandam, e milhares obedecem está chegando ao fim . “NÃO MAIS”....Onde duas chapas concorreram o resultado foi apertadíssimo, com exceção do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
No CREF2 - Rio Grande do Sul,  a chapa apoiada pelo CONFEF perdeu de forma acachapante. Um recado direto dos gaúchos que não admitem que terceiros intervenham na política do estado. Em Mato grosso e Mato grosso do Sul, as eleições foram vencidas por apenas 03 votos de diferença pela chapa oficial apoiada pelo Conselho Federal. Hum! complicado para a situação, pouca representatividade, categoria dividida, mesmo com a máquina a favor, venceu por apenas 03 votos... Fica claro o descontentamento dos colegas mato-grossenses com as ações do CREF11.
 
Em Brasília venceu a chapa 1. Mas, na verdade o atual Conselho  se dividiu formando chapas concorrentes, não tinha uma oposição clara à gestão e as ações do CREFBrasília....No Nordeste com o CREF5, duas chapas disputaram voto a voto.  A categoria do interior participou e respondeu favoravelmente à chapa 1. As capitais de ambos estados apoiavam o grupo de oposição, um verdadeiro avanço para Educação Física da região que hoje já discute politicamente um CREF mais junto da categoria.  Se por um lado, o resultado  apresenta uma grande insatisfação com o Conselho, por outro lado também precisamos registrar que graças ao trabalho dos atuais gestores do CREF5 - que sempre incentivaram a participação política –   tivemos a Educação Física sendo discutida por todos Profs. da região. Parabéns aos gestores do CREF5, isso sim é democracia, é transparência!!!.....

No Sudeste, as eleições de São Paulo foram apertadas até o final da votação, vencendo a chapa 2 de oposição. Mais um processo limpo e transparente. Já nos demais estados infelizmente não tivemos chapas concorrendo, ou os CREFs estão funcionando 100% como a categoria deseja e sonha, ou as dificuldades e políticas do sistema dificultam a formação de chapas e os Profs desistem de se engajar. Prefiro ficar com a segunda hipótese, porque é tanto empecilho, tantas dificuldades para se formar uma chapa que somente com apoio de um ex conselheiro é que os grupos de oposição são formados...
O CREF1, Rio de Janeiro e Espírito Santo, venceu com facilidade a chapa 1, apesar do investimento financeiro e das pressões realizadas pelo Sindicato de Academias, Sindeclubes  e CONFEF para uma das chapas. Uma história que merece um capítulo à parte, e por isso dedicaremos uma coluna específica para o assunto. Afinal de contas nunca se viu tanto investimento e pressões dos Sindicatos dos patrões com apoio velado do Conselho Federal.

Enfim concluímos que temos uma luz no fim do túnel, isso significa que daqui a 03 anos, mais emoções, mais chapas, mais colegas estarão lutando para comandar nossa profissão, isso significa que finalmente estaremos formando um Sistema, um Conselho.....Parabéns a todos!