quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ditadura na democracia. Pode isso?

Como explicar que presidentes de Conselhos, Sindicatos ou de Confederações fiquem no poder até sua morte, ou que saiam quando bem desejar?

Pasmem! parece piada é inacreditável, mas constatamos que os ditadores, os populistas estão se perpetuando no esporte e na Educação Física. Por mais incrível que possa parecer, o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Sr. Nicolas Leóz, que está no poder há 25 anos seguidos, agora, por aclamação presidente vitalício. Ficou decidido que o dirigente Nicolas, de forma oficial, só deixará o cargo quando morrer ou no dia em que ele resolver sair, ou seja, nunca!!! Sem resistência, sem opositores!

E nem tem como fazer oposição, já que os estatutos desses tipos de organização - e isso inclui todas as organizações esportivas do Brasil - são feitos de forma com que ninguém tenha condições sequer de concorrer, repito concorrer, porque vencer é simplesmente impossível.

E o pior: todos os envolvidos alegam que o processo é democrático...HUM!! Me leva a constatar que a mesma estratégia, está acontecendo na Educação Física. Vejamos: Tentem montar uma chapa para concorrer às eleições do Conselho Federal de Educação Física. Tentem tirar o grupo que está no poder há 14 anos e que confeccionou um estatuto para ficar mais quantos anos desejarem...Tentem!!!!!

É quase impossível. A cada ano, cercam-se de todas as formas para impedir que qualquer pessoa participe do processo eleitorial. Tudo é claro, com beneplácito de todos os CREFs, com exceção dos CREFs do Rio de Janeiro/Espírito Santo e do Rio Grande do Sul.

Mas isto não acontece somente nos Conselhos de Educação Física. Os sindicatos pelegos e patronais também utilizam esses métodos e prosperam no mundo esportivo, fomando uma grande cadeia de exploração da categoria profissional. São milhões e milhões de reais...Só no Conselho Federal de Educação Física, foram gastos mais de 25 milhões em propaganda, nos últimos 05 anos! E o pior de tudo, utilizados para promover políticos sempre envolvidos com denúncias de irregularidades e dirigentes esportivos que respondem por crimes diversos, inclusive o mais grave que assola o nosso país: corrupção.

Não temos outro caminho: Temos que enfrentar, utilizando a rede social, como vigilantes da sociedade, resistindo a esses feudos, para evitar que a Educação Física seja impregnada por essa conduta perversa de continuidade, até porque o pilar de uma democraria é a alternância do poder.

5 comentários:

  1. É uma vergonha o que estão fazendo com a nossa classe, principalmente nos dias de hoje, onde todos necessitam de um profissional de EDUCAÇÃO FÍSICA para obter uma vida mais ativa, a prática das atividades físicas, obtendo assim uma vida mais saudável, e é essa a nossa preocupação com o nosso público.

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    1. Concordamos com sua indignação Sidnei, você está certíssimo! E temos que aproveitar que existem profissionais como você, preocupados com a sociedade e nossa profissão para nos mantermos ainda mais unidos. Nos mobilizarmos como com a passeata que ocorreu há 2 semanas em Resende em repúdio a 07/210 do CNE/MEC. Participe na sua região, exiga do CREF e dos outros orgãos competentes a garantia na qualidade da profissão. Estamos juntos nessa! Abraços!

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    2. Caro amigo Ernani, Prezados Colegas,
      Desde a fundadação do Comitê Olímpico Internacional, que o sistema funciona desta forma. O Barão de Coubertin foi eleito por aclamação deixando o cargo 30 anos depois, em 1925. E o efeito cascata ocorreu na fundação dos Comitês Olímpicos Nacionais, nas Federações Desportivas Internacionais, Confederações Desportivas Nacionais e Federações Regionais. Naquele tempo acredito que o sistema era adequado, afinal quem se diporia a gerir uma organização sem orçamento, sem salário para seus dirigentes e funcionários, em fim somente um grupo de abnegados aceitaria tal missão. Hoje ainda não é diferente no caso da maioria das Federaçãoes Desportivas Regionais, que encontram-se "com o pires na mão".
      A pirâmide em todo o segmento Desoprtivo mundial sempre foi invertida. Aqueles que promovem o esporte no dia a dia, clubes em sua grande maioria, encontram-se em sérias dificuldades financeiras. Como as Federações são mantidas por estes, dá para imaginar como a coisa fica difícil. Ocorre que a política atual beneficia o Comitê Olímpico Brasileiro, que recebe o maior aporte de verbas para o desenvolvimento do desporto nacional. Este por sua vez, repassa, dentro de um critério pré-estabelecido, as verbas que cabem a cada Confederação Desportiva. Então temos 2 níveis de administração com dinheiro e poder: o COB e as Confederações. Os Presidentes de tais entidades são eleitos via de regra a cada 4 anos, com algumas exceções, via o voto direto dos presidentes, no caso do COB, das Confederações Desportivas Nacionais e no caso das Confederações Nacionais pelos presidentes das Federações Regionais. Deste modo, o universo político destes Presidentes nos 2 níveis fica reduzido, facilitando o "jogo político", pois é muito mais fácil se agradar a "meia dúzia" do que a grande maioria dos atores envolvidos no sistema do desporto nacional. Não têm direito a voto atletas, técnicos, árbitros, cientistas do esporte,jornalistas esportivos, dentre outros. E posso dizer que, com algumas exceções, muitos destes são insatisfeitos com a forma de condução administrativa, financeira e política de suas Federações e Confederações.
      Parece que o mesmo está ocorrendo no sistema Confef/Cref, também com as suas devidas exceções.
      Em Pleno século XXI não me parece razoável que o sistema desportivo nacional ainda viva como no fim do século XIX. Afinal, os tempos mudaram, a democracia se firma em todo o mundo, em grande parte das organizações, organismos e em todos o setores da atividade humana, com o voto direto e respeito às minorias, enquanto uma maioria que ama, vive e trabalha diariamente para o desenvolvimento do Desporto Nacional nunca exerceu, através do voto, o direito de escolher seus representantes. O Brasil é vanguarda em muitos setores da atividade humana. Não precisamos esperar pelo efeito cascata inverso, que mudança a nível internacional ocorra para que mudemos o sistema.
      EU ACREDITO NO SISTEMA CONFEF/CREF COMO MOLA PROPULSORA DESTA MUDANÇA! Eu acredito porque nós profissionais de Educação Física estamos em contato direto com todos os atores que literalmente "fazem" o sistema do desporto nacional e temos uma enorme capacidade de mobilização!
      MOBILIZAÇÃO: esta é a palavra chave para se dar início a qualquer processo de mudança. Foi assim com o movimento feminista, com o movimento contra a homofobia....porque não pela democracia no esporte? Comecemos pela nossa casa!

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  2. É uma vergonha o que estão fazendo com a nossa classe, ainda mais nos dias de hoje quando que a população necessita de um profissional da área da EDUCAÇÃO FÍSICA,principalmente porque não queremos futuramente uma população sedentária e consequentemente obesa,e sim com uma vida saudável.

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  3. Mestre....o Sistema Confef Crefs funciona da mesma forma que o Sistema COB Confederações / Federações....não parece não...é idêntico.....o Confef recebe 10 milhões por ano dos CREFs, redistribui essa dinheirama, em reuniões, festas e eventos , isso é claro, convidando os Presidentes de CREfs e uns líderes aqui outro acolá, para manter o poder.....e tudo continua como está, os mesmos dirigentes em todo Sistema há 13 anos e vão ficar mais e mais muitos anos se esse sistema não for mudado por uma forte mobilização..... enquanto os CREFs do norte, nordeste e centro oeste vivem a míngua, o Confef esbanja dinheiro......o colega tem toda razão....só com a mobilização da categoria, em todos Estados, é que podemos acabar com essa centralização do poder!

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